sexta-feira, 13 de abril de 2012

Dignidade e moradia


"Cada coisa tem o seu valor; ser humano, porém tem dignidade". Kant  


A charge apresenta a realidade de muitos brasileiros, os quais interpretam moradia como algo utópico, um “conto de fadas” que não se torna real e verdadeiro.
Embora a dignidade seja algo inerente ao homem, ela se faz presente somente quando o homem encontra-se em equilíbrio, satisfeito, com suas necessidades supridas. A questão então não é conquistar a dignidade, mas mantê-la constante ao longo da vida.
Em toda a história da humanidade encontramos marcos históricos nos quais a dignidade humana não representava exatamente nada no contexto social e que o homem era obrigado a viver despido de humanidade, e com o passar do tempo ainda assim encontramos em nosso corpo social seres humanos “despidos de humanidade” onde a palavra viver é substituída por sobreviver, em situações desumanas.
 O que torna um empresário bem sucedido diferente de um mendigo que não tem onde morar? Ambos pensam, possuem sentimentos, necessidades, prazeres, ambos são seres racionais, porém um tem dinheiro logo tem moradia, satisfação, alimento e outro não, então um é considerado humano apenas pelo fato de “ter” e não “ser”. Atualmente o significado de dignidade está totalmente relacionado com condição financeira e sustento material, e com tanta desigualdade social não se surpreenda com a desigualdade de dignidade.
Em nossa sociedade é visível à má distribuição de renda e desigualdade social, impedindo o povo brasileiro de ter uma moradia adequada e digna, ocasionando a migração das pessoas de baixa renda para as áreas de risco. É importante ressaltar a falta de políticas públicas e a atual política econômica do Governo que dificulta a melhora de vida da baixa classe social. De acordo com algumas pesquisas realizadas pelo IBGE existe mais de 30 milhões de pessoas sem moradia no Brasil, outro fator é que muitas pessoas possuem uma renda muito baixa, passando longe dos financia­mentos de compra da casa própria.
Enquanto a desigualdade social existir, e o Governo brasileiro tratar este caos público apenas como mais um problema, milhares de pessoas continuarão perdendo sua dignidade, vivendo segregadas da sociedade, e o direito a dignidade e moradia continuará apenas constitucional, mas não real.

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